Quando alguém conta sobre a história da Humanidade, sempre ouvimos falar sobre uma grande conquista ou de início de um poderoso domínio, um marco de alguém que venceu outro alguém, ou de vitória resultando em derrotas. Ícones de guerras, conquistas, desafios de poder.
Nós nos auto-afirmamos como uma sociedade mais civilizada. Mas mesmo depois de milênios de história e avanço tecnológico nunca antes imaginado pelos nossos ancestrais, ainda não tomamos consciência de forma coletiva sobre nosso papel como cocriadores do nosso planeta.
Com o avanço tecnológico atual, poderíamos fazer prosperar a humanidade como um todo. Mas continuamos com o comportamento imaturo de combatividade e desafio de forças, reativos ao medo, acreditando que o domínio é a garantia da sensação de controle e segurança. Ainda estamos caminhando para a nossa autodestruição.
Estamos tão acostumados com a cultura de competitividade, em que provar ser melhor do que todos é vantagem, liderar a economia ainda se relaciona a conquistar, influenciar e dominar mercados, vencer a concorrência e ter sucesso nos negócios. Enfim, valores de luta, domínio, heróis que derrotam vilões.
E se a história fosse contada com o olhar voltado para protagonistas diferentes? Ao invés de aprendizados sobre táticas e líderes no domínio de povos, batalhas e conquistas, na escola ouvíssemos mais sobre exemplos de cooperação, fraternidade, amor e compaixão? Ao invés de vencedores e perdedores, mais histórias em que todos se tornaram ganhadores?
É verdade que a competitividade estimula desafios, mas será que para ganhar, alguém sempre precisa perder? Na natureza nada se perde, seus elementos estão sempre em constante transformação. Se a vida humana é parte da matemática desse Universo, por que acreditamos que podemos perder algo? Nada em nossa vida se perde, tudo se transforma em experiências, crescimento e maturidade pessoal. `As vezes, temos dificuldade de aceitar que aquilo se transformou. Entramos em conflito interno, lutamos pelo nosso apego.
Somos orientados a aprender sobre grandes guerras coletivas, mas não aprendemos a lidar com nossos conflitos internos. Quando lutamos contra algo dentro de nós mesmos, esses conflitos são refletidos de maneira inconsciente. É hora de desenvolver a nossa capacidade de entrar em paz interior, ter compaixão, cooperação, amor e perdão por nós mesmos. Levantar a bandeira branca em nosso coração.
Convido a pensarmos juntos sobre novas marcas na história da humanidade. Não mais de conflito, mas de compreensão.
Não mais de guerra, mas de compaixão.
Não mais de domínio, mas de fraternidade, igualdade e participação.
Mudar o curso de uma história em que finalmente as pessoas tenham respeito e admiração umas pelas outras. Mas para que isso aconteça coletivamente, essa transformação parte em primeiro lugar individualmente dentro de cada um de nós, principalmente quando:
- Perdoamos nosso passado;
- Aceitamos nossa origem e nossa natureza de ser;
- Libertamos nossos vínculos de mágoa, através do perdão, do amor e da gratidão;
- Vivemos com alegria o nosso presente;
- Priorizamos o ser, e não o ter.
Podemos quebrar o ciclo do rancor, podemos curar o nosso coração, podemos recriar um novo ciclo baseado no Amor.
A força do Amor multiplica virtudes que nos faz cada vez melhores, como a bondade, amizade, o perdão, a compaixão, a abnegação, o altruísmo, virtudes que nos fazem humanos. Mais Amor, começando por nós mesmos, é o primeiro passo que garante um legado para o mundo. Porque só conseguimos dar aquilo que temos em abundância. Só podemos expressar o Amor, a paz, a harmonia, se elas fizerem parte de nosso íntimo.
O avanço do conhecimento, da tecnologia e de tudo o que conquistamos não tem valor algum se não for baseado no Amor, na intenção verdadeira de benefício `a humanidade e a toda forma de vida como um todo.
Por isso eu, você, todos nós podemos compor uma nova fase na cronologia da humanidade, em que finalmente ciência e espiritualidade, mente e coração, razão e emoção possam conviver em harmonia. Que essa paz de espírito floresça de dentro para fora, em cada indivíduo que é um constante agente multiplicador.
E que o Amor se multiplique, e o Bem sempre se multiplique também. Menos guerra, Mais Amor!
Yumi Hada